quarta-feira, 23 de julho de 2014

Auto da Compadecida

Baseado no romance homônimo de 1955 de autor dramaturgo, romancista e poeta brasileiro Ariano Suassuna, Auto da Compadecida foi a primeira produção filmada por completo pela Globo Filmes. Idealizada inicialmente para o teatro, foi levado para TV como minissérie e posteriormente transformada em longa metragem depois da excelente repercussão na TV. Sucesso que se repetiu na telona com mais de dois milhões de expectadores.

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Ariano Suassuna

Ariano Vilar Suassuna nasceu em João Pessoa em 16 de junho de 1927, embora muitos o confundam como pernambucano, talvez porque sua família adotou a cidade de Recife após o assassinato de seu pai João Suassuna em 1930, por questões políticas que antecederam a revolução de 1930. Suassuna é uma daquelas pessoas multidisciplinar que nos causam profunda admiração. Além dos seus talentos literários que lhe conferiram cadeiras em três Academias letras, na Pernambucana, Paraibana assim como na Brasileira, Ariano é formado em direito pela Faculdade de Direito do Recife, onde teve a oportunidade de lidar com sua verdadeira paixão, o teatro. Lá fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco e passou a escrever suas peças. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma mulher vestida de Sol. A partir de então foi se aprimorando, chegando em 1955 a sua obra prima, Auto da Compadecida.

Ao pesquisar sobre o tema, encontramos uma curiosidade sobre o título e a razão da expressão “auto”, na verdade representa um subgênero da literatura dramática, surgida na idade média, na Espanha, cujo cunho principal se concentra em elementos cômicos e intenção moralizadora visando satirizar as pessoas. Suas personagens simbolizam as virtudes, os pecados, ou representam anjos, demônios e santos, facilmente identificados na obra.

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Cultura nordestina em foco

Auto da Compadecida abrange temas como avareza, mesquinhez, adultério, generosidade, maldade e até mesmo uma severa crítica aos maus costumes dos representantes da Igreja, que abusam de seu poder, trazendo a corrupção para dentro da instituição, uma vez que favorecem os ricos e têm hábitos que são condenados pela própria Igreja. Ao final, todos são levados a julgamento, diante de um tribunal, dirigido por Deus e o diabo, onde se condenam os vícios e as vaidades e glorifica-se a modéstia e a humildade.

A obra de Suassuna trabalha profundamente os elementos da cultura nordestina, representados folcloricamente por seus personagens meramente alegóricos, representantes de tipos que ainda hoje encontramos no nordeste do nosso país.

Ariano Suassuana morreu no dia 23 de julho de 2014 aos 87 anos, de parada cardíaca, provocada pela hipertensão intracraniana, após ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico.

A leitura para muitos é mais prazerosa. Acesse e leia o livro em: Livro-Auto-da-compadecida.

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